4/21/2011

Logística é para Logísticos!

Nos últimos anos as transformações nas relações de mercado têm levado muitas organizações a adotarem estratégias das mais variadas e em todos os setores que compreendem seus limites de atuação, este comportamento que antes estava limitado a uma administração interna, vem sofrendo nos últimos anos cada vez mais intervenções de um mercado com regras globais, questões como investimentos em tecnologia e marketing com uma abordagem que faça o cliente enxergar qualidade em seus produtos e serviços tem levado essas organizações a considerarem uma reestruturação por completo em diversos departamentos, pois a concorrência entre elas fez com que seus produtos e serviços se tornassem semelhantes e a única maneira de se diferenciarem esta na prestação dos serviços ao cliente.
Quase todas as organizações, em caráter competitivo dispõem dos mesmos mecanismos de oferta de seus produtos e para se diferenciarem e continuarem fortemente atuantes se faz necessário oferecer diferenciais quanto à prestação dos serviços, levando em consideração a qualidade como item obrigatório a todas elas, porém alguns elementos tem elevado o grau de exigência, essas exigências foram impostas naturalmente pela concorrência em escala global onde uma fábrica de produtos de utilidade doméstica na zona franca de Manaus concorre diretamente com organizações em outros pontos do hemisfério disputando mercado em São Paulo por exemplo.
A velha máxima na administração “Aumentar o faturamento e reduzir os custos” continua fortemente presente na gestão de qualquer organização, só que agora com adicionais a serem contabilizados. O cliente dotado de informações referentes a produtos e serviços, recorrendo a canais de informações como redes sociais, por exemplo, passam a ser mais exigentes quanto ao interesse pela próxima aquisição, portanto é certo que bem antes da aquisição do bem o cliente já tenha “decidido” previamente onde adquirir, a que preço, a agilidade na entrega e a qualidade do serviço de pós venda.
Tal comportamento e suas características presentes no cotidiano ainda são ignorados por algumas organizações que alheias as mudanças se comportam como há décadas atrás, enquanto a sua volta organizações atentas as mudanças constroem solidez de capital e conquistam fatias de mercado e as “esmagam” tirando-a do mercado ou mesmo incorporando-as a seu grupo. Essa dinâmica foi percebida por muitas que tão logo tomaram atitudes e se reestruturaram quanto a sua posição no mercado, alguns se lembram de organizações nos moldes da gestão antiga que após a reestruturação continuam atuantes e com boa participação, porém lembram-se também de outras que por persistirem “sumiram instantaneamente”.
Se oferecer os serviços e produtos com qualidade e satisfação plena do cliente é o interesse de qualquer organização, todo o processo interno deve ser revisto ou melhorado, assim como os externos também e investimentos nestas áreas são necessários os de ordem tecnológica e industrial. Bons processos de industrialização e comercialização além de investimentos é acompanhado de profissionais com visão clara e bem definida, tais departamentos devem ser de responsabilidades de gestores com conhecimento a respeito da área de atuação. Ainda que organizações tenham enxergado a importância de reorganizar-se internamente, mais uma vez em algumas ficam evidentes que somente alguns aspectos foram levados em consideração na hora dessa reestruturação.
Voltemos ao ponto da máxima na administração “Aumentar o faturamento e reduzir os custos”. Quando se trata de investimento os gastos em tecnologia e treinamento de pessoal é assunto delicado e para organizações que se interessam somente em solucionar problemas momentâneos tal decisão pode comprometer o futuro desta, pois se baseiam tão somente em campanhas de marketing e outras das quais julgam suficientes.
Como descrito no texto a diferenciação competitiva esta no serviço prestado ao cliente certo, à administração cabe captar os recursos e alocá-los ou realocá-los para manutenção e continuidade das atividades ok. As organizações para que possam dar o seu melhor focam em suas atividades principais ou CORE PERTENCE e transferem atividades que não fazem parte de suas competências básicas para especialistas no ramo, se serviço é o diferencial, o que dizer da logística que envolve toda parte de tecnologia, processamento de pedidos, gestão de estoque e entrega tanto de produtos acabados como materiais para fabrico.
Eis que surge o problema principal, contratar profissionais preparados ou então treiná-los e motivá-los custa caro na visão dessas e então tratam de “promover” talentos internos simplesmente pelo fato de estarem a muito tempo na organização e reúnem atributos considerados politicamente corretos, ou seja, adotaram a cultura organizacional.
Não há nada de errado em promover agentes internos, mas há perguntas a serem feitas; Estes estão atualizados? Seus conhecimentos são correlativos com a atualidade? Tem competência para atuarem e responderem as exigências dos clientes? Ou simplesmente esses compartilham a visão limitada desta e não entendem a complexidade competitiva?
Qualquer empresa que zele pelos seus clientes e busca atender de maneira a satisfazê-los estão atentas a essas questões, sabem que os colaboradores de chão de fábrica são importantes por trabalharem com mais zelo e atenção, os atendentes que lidam diretamente com os clientes no balcão idem, pois atendem bem e com vontade, os que recepcionam também consideram importantes todos os clientes, pois basta como já foi explanado no texto “A importância dos agentes colaboradores no atendimento as necessidades  dos clientes” que não trate de forma que o cliente considere respeitosa para que informações negativas sejam multiplicadas em vários ambientes virtuais e pessoais, a continuidade deste comportamento de descaso se traduz em mais uma organização fadada ao desaparecimento instantâneo.
Por fim o tema título deste texto, com as operações logísticas sendo responsáveis pelo sucesso ou insucesso de muitas organizações sendo considerada como “O pulmão” que dá forças para continuarem atuantes e competitivas muitas se viram obrigadas a estruturarem ou criarem seus departamentos logísticos, daí novamente acontece, tanto os investimentos necessários para que respostas eficientes sejam dadas aos clientes, tecnologia e treinamento de pessoal, como os reajustes momentâneos e promoções internas de colaboradores desatualizados e sem conhecimento das necessidades do mercado.
Enquanto empresas moldam seus próprios logísticos a sua maneira, outras mais centradas se preocupam com a complexidade de um ambiente que exige dos profissionais conhecimento e entendimento das questões de mercado e tecnologias aplicadas a gestão das atividades logísticas, além de valorizar o constante desenvolvimento profissional.
O investimento no capital intelectual tem como conseqüência o alinhamento da empresa e suas atividades operacionais com o mercado e as inovações e exigências, enquanto o modelamento de um logístico baseado apenas no tempo de casa pode comprometer o atendimento das necessidades dos clientes, razão pelo qual já discorri é um dos principais motivos de distanciamento dos mesmos. 
Portanto para entender o ambiente logístico e suas peculiaridades e aplicar as melhores técnicas e soluções lógicas, o desafio deve ser do profissional logístico pois este esta embasado e conhece melhor o ambiente no qual atua.
De vez em quando surgem determinadas profissões que se caracterizam como a do momento, esse modismo atrai diversas pessoas considerando altos ganhos e ascensão profissional meteórica, a realidade quase sempre é bem diferente, além de boa formação é necessário conhecimento adicional e isso envolve investimentos em cursos complementares além de constante leitura a respeito de assuntos pertinentes a área e sem o tão sonhado crescimento profissional meteórico torna-se desinteressante a atuação desses pretensos profissionais.
Logística é para Logísticos, o que vale dizer que certas atividades profissionais devem ser ocupadas por quem tem base de conhecimento na área o contrário já é bem conhecido por muitos. Não é?
Texto de autoria:
Francisco Marcio Ferreira de Oliveira
Formado em Logística pela Universidade Nove de Julho    

Um comentário:

  1. Olá Francisco, como vai?
    Agradeço a visita no meu blog. Parabéns pelo seu blog, muito legal, vou indicá-lo aos contatos do blog. Agradeço por divulgar as matérias do blog Logística Reversa e Sustentabilidade aqui.
    Abraços e desejo sucesso!

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