7/31/2011

Para quem teve Marechal Rondom é dificil imaginar o apagão

Acredito piamente que o problema está muito relacionado à logística, e logística, de uma forma simplificada e ilustrativa, pode ser entendida como a ferramenta que não só torna fácil o ir-e-vir de matérias-primas, informações e produtos, mas também os coloca sempre à disposição no local e na hora em que sâo exigidos.
Em ritmo de emergência, o governo tem anunciado investimentos módicos para combater a "fome" da nossa infra-estrutura, o que não deixa de ser relevante, pois o Brasil precisa atacar as emergências, fazer a lição de casa que estava muito atrasada, e isso não será tarefa fácil, pois demandará investimentos vultosos, incluindo os recursos a serem gerados pela Parceria Público Privada.
O problema é que isso, isoladamente, não basta para o nosso País. É preciso pensar a logística dentro de um Plano Estratégico para o Desenvolvimento da Logística Nacional, que contemple a curto prazo, através das atenções às contigências, ações emergenciais, ajustes e direcionamentos como estamos começando a ver no momento. No médio prazo, deve-se dar atenção à transição de modelos e no longo prazo, com horizonte de 10 e 15 anos, deve-se direcionar o foco para sustentabilidade do sistema logístico brasileiro.
OS TRÊS PILARES DO PLANO
Acrescento ainda a meu raciocínio que esse plano não pressupõe atenção exclusiva ao transporte, mas a todas as áreas que compõem a logística nacional. Assim, ele concentraria esforços em três pilares fundamentais: a vocação logística e matriz de transportes dos estados e seus municípios-chave; os negócios atuais e as oportunidades econômicas regionais, incluindo criação de cluster e pólos; e os eixos de exportação associados ao desenvolvimento do comércio exterior. Esse plano, se bem estruturado, pode ser uma arma poderosíssima para a alavancagem planejada e coordenada de oportunidades econômicas regionais.
Há consenso entre especialistas que necessitamos investir algo em torno de US$ 80 bilhões nos próximos 10 anos para colocar nossa infra-estrutura de transportes num nível aceitável. Entretando, não tenho dúvidas de que tais investimentos não surtirão resultados para o desenvolvimento do País se não estiverem vinculados a um plano articulado entre o governo federal, estados, municípios, entidades de classe e a iniciativa privada.
Para quem teve um Marechal Rondon é difícil imaginar que um "apagão" esteja a incomodar tanto. è que o marechal, que viveu 92 anos, promoveu verdadeira revolução no Brasil. Geógrafo, fez levantamento de milhares de quilômetros de terras e águas, determinou longitude de mais de 200 localidades, increveu no mapa do Brasil mais de uma dezena de rios até então desconhecidos e corrigiu erros grosseiros sobre o curso de outros tantos. E ainda instalou milhares de quilômetros de linhas telegráficas.
Rondon foi muito mais do que ícone nacional. Seu nome está inscrito em placa de ouro na Sociedade Geográfica de Nova York, como o maios estudioso e explorador das terras tropicais. É por isso que, se estivesse vivo, o "apagão" logístico sequer teria acontecido, é que Rondon também era pura logística. De dois anos para cá, a expressão "apagão logístico" tem sido utilizada diariamente para indicar as mazelas da infra-estrutura de transportes e dificuldades de escoamento da produção. Nela, ha três significados claros: trata-se realmente de uma bem-cunhada frase; a infra-estrutura nacional clamorosamente está mambembe: e o Brasil ainda não mostrou, de forma consistente que quer eliminar tais gargalos.

Texto de autoria de :
 Pedro Francisco Moreira
* Presidente do conselho de administração da Associação Brasileira de Movimentação e Logística (ABML) e diretor-geral da Chep do Brasil. 

7/09/2011

A importância das Embalagens na Logística

O crescente volume de vendas no setor varejista acarretou em mais operações logísticas, o então estoque que anteriormente servia como segurança disponibilizando os produtos para consumo imediato agora já não mais trabalha nos mesmos moldes, sendo racionalizado na medida que atenda as necessidades momentâneas equilibrando a demanda com a disponibilidades dos produtos, no varejo podemos entender que o que não pode faltar é clientes e mercadorias disponíveis para a venda.
Na busca por atender da melhor forma os clientes a exposição dos produtos nas gôndolas tendem a ser mais atraentes e informativos, não basta a simples exposição se estes produtos não acompanham algumas recomendações impostas pelos órgãos que regulam as atividades no setor e de certo que fazem os produtos ficarem mais atrativos.
Portanto as embalagens reúnem alguns elementos considerados necessários tais como: “Informações sobre composições nutricionais, prazos de validade, fabricante, serviço de apoio ao consumidor, agência reguladora e advertências sobre como acondicionar, manusear e manter em local apropriado, etc...”.
No âmbito da Logística essas embalagens também trazem algumas características que facilitam a sua movimentação e estocagem, mesmo que a preocupação seja reduzir os estoques a movimentação de transporte e atividades de carregamento e descarregamento nas docas devem ser acompanhadas se certos cuidados e acondicionamento das mercadorias para evitar avarias operacionais e outras perdas provenientes da má operacionalidade e gestão.
A embalagem é vista como a reunião de quatro competências fundamentais:  Marketing, Design, Logística e Meio Ambiente.
Segundo especialistas a embalagem, vista sob a ótica sistêmica, compreende o conjunto de operações, materiais e equipamentos utilizados com as finalidades de acondicionar, proteger, conservar, transportar e armazenar produtos ao longo das diversas Cadeias de Suprimentos. Assim contribui para satisfazer seus respectivos integrantes, com ética, com informação, respeito ao meio ambiente, atendendo aos direitos do consumidor com custos adequados.
A logística trata a questão das embalagens da forma que ela merece, sendo um recipiente de proteção, agrupamento e facilitador no transporte e armazenagem, em logística as mais conhecidas e aplicadas são as embalagens para o consumidor, conhecidas como de marketing ou primária, embalagem industrial conhecida como de logística ou secundária, embalagem de convenção usada para acomodar os produtos, embalagem facilitadora e embalagem de Quinto Nível. Sendo que:
Primárias: Envolvem diretamente o produto, é  aquela que os clientes tocam e extraem as informações contidas a cerca do produto.
Secundárias: Protegem a primária, geralmente embalagens maiores que compactam poucos produtos utilizadas para transporte e manipulação manual, por exemplo caixa de chocolate Bis.
Terciárias: Caixas de papelão, madeira e plástico, também muito utilizadas na movimentação manual e de transporte, pois compacta em seu interior um maior número de produtos.
Quaternárias: Facilitadoras na movimentação, pois concentra um número maior de unidades em seu interior. Paletes são exemplos ainda que abertos o perfeito acondicionamento de caixas de papelão podem facilitar o deslocamento de lugares ou até mesmo a transposição de um lugar a outro.
Quinto Nível: Contêinerizada ou especiais para serem usadas em longas distancias. Muito utilizado tanto para transporte internacional de cargas via mares e oceanos e também com extensor de “estoques”.
As embalagens além informar a natureza e especificações de cada produto são também capazes de protegê-los de avarias de todos os tipos, facilitam a movimentação nas docas de carga e descarga e reduzem os espaços ocupados na armazenagem, isso só é possível por meio da consolidação que é o montante compactado num mesmo recipiente, mas para que isso seja eficiente vejamos alguns materiais utilizados na sua operação.
São diversos os tipos de materiais usados para acondicionar as mercadorias e dependendo do tipo de produto determinado material é mais apropriado que outros, pois cada produto tem suas próprias características. Além da proteção, essa compactação cria um centro de força sendo possível empilhar as caixas em um mesmo local aproveitando melhor o espaço físico tanto no armazém quanto no modal de transporte.
Os materiais mais usados são: “papelões, plásticos, isopores, madeiras”.
Papelão: Material dos mais utilizados nas operações logísticas, suas características principais são: proteger o conteúdo de choques, consolidar um montante dentro da caixa e empilhar essas mesmas caixas.
Alcochoamento: Forração dos produtos para proteção no transporte e empilhamento em vários tipos de materiais os mais comuns são: plásticos bolhas, isopores, papelões e plástico resinite.
Paletes: Material utilizado para consolidação de mercadorias semelhante a um estrado de madeira, de madeira, ferro, aço ou plástico, tem como característica principal facilitar o deslocamento das mercadorias pelos macacos hidráulicos e empilhadeiras.
Contêineres: Uma forma de embalagem muito usada para transporte a longas distâncias assim como forma de extensão em alguns depósitos, semelhante a caixas são construídas em ferro ou aço suas dimensões são padrão e existentes em dois tipos sendo desde o modelo convencional até os conhecidos como Reefers “contêineres refrigerados”.
Seja qual for a atividade logística a ser executada, as modalidades de transporte, o conhecimento das agências, os tipos de embalagens a serem usadas de forma eficiente ou os materiais que serão aplicados na proteção dos produtos, tudo isso é logística e quanto mais conhecimento a respeito melhor será o planejamento elaborado pelos gestores atuantes.
Outro aspecto tem elevado a importância das embalagens, a questão Sustentabilidade e Logística Reversa que é o refluxo dessas embalagens, já se fala em Logística Verde, um selo que caracteriza as operações sustentáveis e dessa forma a elaboração de produtos e a consequente recolha dos descartes é objeto de atenção dos atuantes da área.
No Brasil as embalagens celulósicas detêm 41% de participação, seguidas pelo Plástico - 29%, metal - 19%, vidro - 10% e madeira -1% . Ocupamos atualmente o 9º lugar no ranking dos países que reciclam papel, o que corresponde a 38,5% da produção anual de embalagens celulósicas.
As embalagens além de atender as necessidades exigidas e ou necessárias e contribuirem para os operadores manipularem com mais facilidade é hoje objeto que visa atender as questões ambientais com um conjunto de ações educativas entre empresas e consumidores para o seu descarte consciente.
Texto de autoria:
Francisco Marcio Ferreira de Oliveira. 
Formado em Logística pela Universidade Nove de Julho-2010 
Referência:
Nyssio Ferreira Luz - nyssio@ibralog.org.br é Diretor Presidente do IBRALOG. Formado em Engenharia Mecânica pela UFMG com especializações em Projetos Industriais, Gestão de Materiais, Manutenção Industrial e de Equipamentos Móveis, Suprimentos e Logística Empresarial.