4/11/2011

Transportes e Modais



Transporte constitui no deslocamento entre dois pontos extremos por meio de veículos automotores ou propulsores, de modo que diferentes tipos são empregados para tal finalidade e são utilizados tanto para transporte de pessoas como também de cargas, os diferentes modais “tipos” empregados nas operações de deslocamento são muito importantes para atender eficientemente as necessidades comerciais isso por que cada necessidade requer certa atenção dado as características de cada produto a ser transportado, não só nas operações que exclusivamente tratem da distribuição de produtos acabados, ela também atende a necessidades de clientes que necessitem de matérias primas para fabrico.
A logística é responsável pelo planejamento eficiente dessas operações que envolvem desde a distribuição física de materiais até a entrega de produtos acabados, em todos os estágios da cadeia a preocupação do profissional de logística não só versa na exigência imediata, mas também nas etapas antecessoras que dão continuidade ao perfeito atendimento as necessidades impostas pelos clientes. Sendo assim esse profissional busca enxergar toda operação de forma sistêmica entendendo a importância que outros estágios representam na cadeia produtiva.
A saber, a logística se divide em três principais áreas, logística de suprimentos ”Inbound Logistics” que trata do abastecimento de matérias primas para fabricação de bens, logística de planta “Manufatura ou Logística de Fábrica” transformação de matéria prima na indústria e logística de distribuiçãoOutbound Logistics” distribuição de produtos acabados ao cliente final, ainda que a logística de distribuição trate do perfeito planejamento de entrega de produtos ao consumidor final outros estágios também se beneficiam com esta denominação se entendermos as empresas como clientes requisitantes de insumos para a produção desses bens.
É importante ressaltar que em algumas indústrias a aquisição de matéria prima, a produção e até mesmo a entrega dos produtos acabados não necessariamente estão restritas ao país de origem, sendo muitas vezes ou produzidos em outras nacionalidades ou então a compra dos insumos para a realização de tal processo, há ainda outras que preferem deixar a cargo dos operadores logísticos a entrega e até mesmo a administração dos estoques e coordenação das vendas, desta forma contam com operações que envolvem o comércio internacional que são mais complexas e exigem além de conhecimento específico um planejamento prévio eficiente.
E ao transporte cabe a responsabilidade de levar até o requisitante a encomenda respeitando o que foi acertado anteriormente, sejam eles empresas ou consumidor final, para cada uma dessas operações determinado tipo de modalidade é utilizada, cabe ao profissional fundamentado nas exigências e disponibilidades decidir por qual delas utilizar.
Diversos são os modais que atendem a essas necessidades, mas a sua escolha dependerá do tipo de mercadoria a ser transportada, pois certos modais não se adaptam as características de determinados produtos ou materiais além da preocupação em reduzir os custos recorrentes de tal exercício, por isso o conhecimento dos modais é importante para que se estruture uma operação de maneira mais assertiva.
Quanto às modalidades existentes, basicamente são cinco principais, os tipos estão divididos entre os Modais Terrestres, Ferroviários, Aquaviários, Aéreos e Dutoviários.
Modal Terrestre: Esta modalidade refere-se ao transporte por via térrea, avenidas estradas e rodovias é o mais utilizado nas operações por apresentar benefícios não encontrados em outros modais, porém esses benefícios também podem ser oferecidos em outras modalidades caso haja certas peculiaridades em voga, mas isso vai depender da necessidade e de cada cliente.
Basicamente esta modalidade esta dividida em dois tipos: rodoviário e ferroviário:
Rodoviário: Via estradas de rodagem feitos por meio de carretas e caminhões que atendem pequenas e grandes distancias, esta modalidade é a mais empregada sendo a grande vantagem a flexibilidade por atender a vários lugares sejam eles centros urbanos ou entre estados.
Em São Paulo capital a zona de restrição máxima só permite que caminhões de pequeno e médio porte circulem pelas ruas centrais em horários específicos, esses veículos são conhecidos como VUC’s “Veículos Urbanos de Cargas”, a grande vantagem deste e dos demais modais é a flexibilidade, pois é possível chegar a todos os cantos, seu custo é considerável, porém varias técnicas são aplicadas para melhor aproveitamento de sua utilização, existentes em vários tipos sendo eles:
VUC’s- Veículos Urbanos de Cargas: Veículo leve muito utilizado para transporte de curta distancia e em locais de grande circulação, a grande vantagem deste modal é a agilidade em transitar por centros urbanos com isso facilita que diversas entregas sejam feitas num mesmo dia, a capacidade deste modal é de aproximadamente 1.500 kg.
VLC – Veículo Leve de Carga: Mesmas características dos VUC’s, mas com uma capacidade de carga superior de aproximadamente 4.500 kg.
Veículo Médio de Carga: Modalidade com capacidade superior na capacidade de cargas, aproximadamente 7.500 kg.
Romeu e Julieta: Formado por dois elementos, um caminhão plataforma de três eixos e um reboque de dois eixos, capacidade de aproximadamente 45.000 kg.
Bi trem: Possuem sete eixos, três do “cavalo” que leva dois semi-reboque de dois eixos atrelados entre si, sua capacidade é de aproximadamente 57.000 kg.
Rodo trem ou Tri-Trem: Tem nove eixos, três do “cavalo” com tração 6x4. Este “cavalo” puxa dois semi-reboque de dois eixos cada, capacidade de aproximadamente 74.000 kg.
Road Train: Tem acima de doze eixos, três no cavalo, sua capacidade de semi-reboque é acima de três, a capacidade é cerca de 120.000 kg ou 200.000 kg, mais utilizado em operação nos EUA, Canadá e Austrália.
Há operações em que os modais têm a necessidade de transportar cargas que exijam certos cuidados, acondicionadas em temperaturas especificadas, sendo muito importante conhecer os tipos existentes de baús aplicados no transporte de mercadorias com especificações.
Veículo Carga Seca: São conhecidos desta forma por não manterem carroçarias especial sendo a mercadoria de característicasBasculantes, Graneleiros, Cegonhas, Porta Contêiner, Sider ou Baú Lonado, Silos, Florestais, Canavieiros, Carrega tudo ou pranchas, Transporte de Animais.
Apesar de terem essas características não significa que não haja proteção para o transporte, mas para isso determinadas proteções são aplicadas as características de cada carga.
Veículo Isotérmico: É aquele cujo compartimento de carga não possui unidade de refrigeração, tendo como paliativo apenas o seu isolamento térmico, semelhante ao baú frigorifico, mas sem a refrigeração interna, é muito utilizado no transporte de cargas que exijam manter a temperatura ambiente por um curto período de tempo, é o caso de transporte de carnes salgadas conhecidas como seca, iogurtes, leites, queijos e requeijões e margarinas, por exemplo, esses produtos devem estar devidamente embalados para se ter estas características. São cargas que não necessitam de cuidados rigorosos e ao mesmo tempo não serem expostas a temperaturas altas, mas o cliente pode exigir que estas cargas sejam transportadas em veículos mais apropriados se assim considerar necessário.
Veículo Frigorífico: Utilizado em cargas onde ha necessidade de manter a temperatura ambiente sempre estável, são produtos de características perecíveis como carnes e aves, peixes, sorvetes e carnes embutidas, por exemplo, chocolates e biscoitos também utilizam desses modais dado os cuidados para sua preservação. 
Ferroviário: Transporte via estradas de ferro assentadas no solo, apresenta uma boa capacidade volumétrica bem superior à unidade rodoviária, sua utilização apesar de inferior participação apresenta algumas vantagens comparadas ao modal rodoviário, transporta grandes quantidades de cargas por longas distancias, porém não oferece flexibilidade, pois seu trajeto é previamente fixado além da pouca velocidade de locomoção.
Esse modal é muito utilizado para transporte de commodities agrícolas, neste tipo de produto esta modalidade é perfeitamente adaptável. O Brasil dado à infra-estrutura precária não utiliza o quanto deveria, pois o investimento em estradas de ferro praticamente foi abandonado em governos anteriores, especialistas defendem investimentos em infra-estrutura ferroviária considerando a importância deste modal para a continuidade de crescimento do país dada a sua importância diante do cenário econômico que o Brasil passa. 
Quanto as suas características se assemelham com o modal rodoviário, também se adaptam perfeitamente ao transporte de cargas diversas, cabe ao contratante dos serviços compararem a aplicabilidade deste modal. 
Modal Aquaviário: Modalidade cuja locomoção se dá por via mares e oceanos, rios e lagos, sendo muito utilizado em operações de comércio internacional entre países, já em rios e lagos mais utilizado em regiões específicas, esta modalidade é subdividida entre “Marítimo, Fluvial e Lacustre”
Marítimo: Grande embarcação via mares e oceanos, tem forte atuação no comércio internacional possui grande capacidade de transportar cargas, sendo seu custo elevado, porém dada as características deste modal justifica o seu custo é muito utilizado no transporte de longas distancias entre países.
Sua utilização pode ser aplicada de duas formas conhecidas como Longo Curso, navegação internacional em portos diferentes e Cabotagem, navegação nacional entre portos do mesmo país.
Para esse modal existem sete diferentes tipos de navios utilizados no transporte aquaviário de cargas, são eles:
Carga Geral: São embarcações que transportam vários tipos de cargas, geralmente em pequenos lotes – sacarias, caixas, veículos encaixotados ou sobre rodas, bobinas de papel de imprensa, vergalhões, barris, barricas, etc. Tem aberturas retangulares no convés principal e cobertas de carga chamadas escotilhas de carga, por onde a carga é embarcada para ser estivada nas cobertas e porões. A carga é içada ou arriada do cais para bordo ou vice-versa pelo equipamento do navio (paus de carga e ou guindastes) ou pelo existente no porto.
Porta Contêiner: São embarcações semelhantes aos de carga geral, mas normalmente não possuem além de um ou dois mastros simples sem paus de carga. As escotilhas de carga abrangem praticamente toda a área do convés e são providas de guias para encaixar os contêineres nos porões. Algumas dessas embarcações apresentam guindastes especiais.
Tanque: São embarcações para transporte de petróleo bruto e produtos refinados (álcool, gasolina, diesel, querosene, etc.). Caracterizam-se por sua superestrutura a ré e longo convés principal quase sempre tendo à meia nau uma ponte que vai desde a superestrutura até a proa. Essa ponte é uma precaução para a segurança do pessoal, pois os navios tanques carregados passam a ter uma pequena borda livre, fazendo com que no mar seu convés seja "lavado" com freqüência pelas ondas.
Gazeio: São embarcações destinadas ao transporte de gases liquefeitos. Caracterizam-se por apresentarem acima do convés principal tanques típicos de formato arredondado.
Roll on – Roll off: São embarcações em que a carga entra e sai dos porões e cobertas, na horizontal ou quase horizontal, geralmente sobre rodas (automóveis, ônibus, caminhões) ou sobre veículos (geralmente carretas, trailers, estrados volantes, etc.). Existem vários tipos de ROROS, como os porta- carros, portas-carreta, multi-propósitos, etc., todos se caracterizando pela grande altura do costado e pela rampa na parte de ré da embarcação.
Reefer: Semelhante ao convencional sendo os seus porões equipados com maquinários para refrigeração. Apropriado para cargas que exige controle de temperatura tal como carnes, frutas, verduras, laticínios etc.
Graneleiro: São embarcações destinadas ao transporte de grandes quantidades de carga a granel: milho, trigo, soja, minério de ferro, etc. Se caracterizam por longo convés principal onde o único destaque são os porões.
Rebocador: São embarcações utilizadas para puxar, empurrar e manobrar todos os tipos de embarcações. Geralmente utilizados para manobras de grandes navios na zona portuária e canais de acesso aos portos. Pode também socorrer navios em alto-mar, rebocando-os para zonas seguras; e puxar navios encalhados em bancos de areia. Apesar de pequenos, possuem grande potência de motor, mesmo não sendo classificado como navios de carga ele é muito utilizado no auxilio dos demais modais, portanto não poderia deixar de fora sua apresentação.
Fluvial: Navegação por rios, muito utilizado em regiões onde são presente grandes rios como no caso da região centro-oeste do Brasil, facilita em muito o transporte de mercadorias, as embarcações são de pequeno e médio porte e apesar do grande potencial não é muito utilizado em operações logísticas devido a pouca infra-estrutura existente em nosso território, exceto no comércio local onde sua aplicação é essencial.
Como atuam de forma precária não há classificação dos tipos existentes, o que se vê é sua utilização para transporte de cargas gerais sem discriminação nem acondicionamento apropriado, atuam mais de forma informal talvez por isso esse modal ainda não apresente evolução no tocante as operações logísticas.
Lacustre: Navegação de embarcações de pequeno, médio e grande porte, esta modalidade só é possível com a existência de um grande lago fronteiriço, sua utilização no Brasil é passível de discussão, pois se entendermos que atividades de transporte local com poucas unidades potencializam o comércio regional então considerará sua aplicabilidade em regiões onde exista esse lagos, já em alguns países onde as fronteiras são divididas por essa geografia essa modalidade é muito utilizada. 
Modal Aéreo: Esta modalidade refere-se ao transporte de mercadorias em aeronaves de pequeno e médio porte muito utilizada em operações que exijam além de tempo segurança ao transportar produtos considerados especiais, estão divididos em:
Aviões: Aeronaves de grande ou pequeno porte apresentam como vantagem o tempo de deslocamento entre pontos extremos, seu custo é mais alto e o espaço de carga é pequeno, porém quem define sua aplicação é o cliente visto que tempo justifica o pagamento do frete.
Há aeronaves tipicamente utilizadas para o transporte de cargas, de empresas que atuam neste segmento enquanto outras de características comerciais utilizam seus espaços “ociosos” no convés para transportar mercadorias.
Helicópteros: Aeronaves de pequeno e médio porte têm as mesmas características dos aviões, pouco espaço para cargas, custo elevado e rápido deslocamento entre extremos.
Modal Dutoviário: Também conhecida como transporte “Tubular”, essa modalidade de transporte por dutos “tubulações” potencializa o transporte de gás entre Brasil e Bolívia presente no gasoduto, também presente na rede de transmissão da SABESP “Sistema de Abastecimento do Estado de São Paulo” tubulações levam água potável das estações de tratamento até as torneiras das casas urbanas.
A logística atuante se preocupa com a utilização dos modais existentes levando em consideração as necessidades impostas pelo cliente e/ou as características do produto/mercadoria transportada.
Como o imperativo nas operações é o custo x beneficio, seja ela de tempo ou segurança do volume transportado, a aplicabilidade dos modais se dá levando em consideração elementos facilitadores á operação. Os usos dos modais podem ser tanto de características “intermodais” que entendemos a transferência de cargas para um mesmo tipo de tração, ou seja, a carga é transferida para outro modal, mas com as mesmas características da anterior de caminhão para caminhão, por exemplo, ou pode ser de uso “misto” combinando os diferentes tipos, por exemplo, de rodoviários para ferroviários e por fim navios de carga.
São inúmeras as vantagens de cada modal, também suas desvantagens são presentes e cada operação dada as características a serem analisadas adaptam melhor a determinado tipo existente, portanto a melhor utilização fica a cargo do gestor que avalia qual deles terá melhor aplicação e trará mais retorno e maior segurança a carga transportada.
Texto de autoria:
Francisco Marcio Ferreira de Oliveira
Formado pela Universidade Nove de Julho-2010

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