Liderança é um tema charmoso com tendências filosóficas, há diversas
publicações ensinando como aplicar conceitos pré-concebidos em diversos
ambientes profissionais ou não e que julguem, há necessidade para tal, no
entanto há que considerar certa dose de banalização no tocante a este tema
quando aplicado na prática, não que os autores estejam errados, ou que este não
seja um tema de grande relevância, a questão é: Como? Aonde? Por quem? e, Para
quem são aplicados os conceitos sobre liderança? Como diferenciar o mero
discurso filosófico das ações práticas e aplicáveis?
Não é fácil responder a tais questões, principalmente acerca deste tema
que é de domínio publico e cada um tem uma visão bem particular em enxergar os
fatos, pois se baseiam em suas experiências e conhecimentos, no entanto, o
objetivo deste texto é explorar o seu mau uso em ambientes corporativos dos
quais o acesso a informação é restrito e o uso da expressão Liderança é muito usado
para produzir discursos motivacionais com interesses unilaterais.
Diversas obras trazem à luz a questão da liderança tendo como
imperativo a necessidades da sua aplicação para a boa convivência humana e
sempre atentando para a valorização do ser humano no plano individual e coletivo
em seus diversos ambientes físicos, entretanto, implantar tais conceitos fatalmente
esbarra em outra questão: Há interesses individuais que se não bem
administrados podem gerar barreiras que impeçam a sua aplicação efetiva o que
em suma visa motivar pessoas a atingirem objetivos coletivos e individuais e
como motivar pessoas agindo de maneira enganadora.
Um exemplo característico esta em restringir as informações, o que por
si só já é uma atitude manipulativa, pois seus efeitos são geralmente pessoas
alheias aos acontecimentos relevantes, quando não um impedimento a sua
capacidade de se expressar, participar ou sugerir alguma coisa, tal manipulação
geralmente parte daqueles que objetivam o domínio absoluto em sua esfera de
atuação.
Quanto à restrição eu me refiro a informações do tipo necessárias a serem
compartilhadas para que se possa entender o propósito do trabalho ou então das
exigências e cobranças impostas, pois sem propósito não há razão para dar
continuidade na jornada.
Pessoas buscam no trabalho não só uma fonte de recursos para a sua sobrevivência e sim uma razão que justifique
sua atuação como profissional e entendamos trabalho o conjunto de atuações de
vida, seja profissional, familiar ou qualquer outra.
Destaco que ultimamente há muita ênfase no que chamamos de capital
intelectual, ou seja, talentos internos que tenham conhecimento adquiridos
através da vivência em outros ambientes profissionais ou acadêmicos, ou ainda mais
profissionais com predileção acerca das atividades internas, estes são vistos
como de grande agregação de valor uma vez seu conhecimento se desprezado pode
ser aplicado no concorrente com um adicional negativo, o conhecimento das
atividades operacionais e/ou administrativas da antiga empresa.
Mesmo sabendo o quanto isso pode impactar negativamente ainda
encontramos culturas corporativas que olham estas questões com certo menosprezo
e que aplicam políticas impositivas a seus colaboradores, nesse ponto é que me apoio
para especificar o porquê do mau uso da expressão liderança.
Para eles o discurso é sempre o mesmo: “Colaboradores são os ativos mais importantes para o sucesso
organizacional, sem vocês não temos condições de bater as metas, de superar isto,
de atingir aquilo”, um discurso verdadeiro, mas com pouca inclinação
prática.
Sei o quanto é importante integrar todos os colaboradores, mas atribuir
de fato esta importância requer que deixem de lado esta postura de enganação e
para muitas organizações é aí que reside o maior problema, então, para elas é
melhor trabalhar esta política de enganação e disfarçar seu real intento.
Esta natureza dúbia contradiz aquele discurso sobre Liderança e se não
bastasse há ainda outro adicional. Organizações preocupadas em manter as rédeas
aplicam muitas vezes estas e outras artimanhas para manter sua “equipe” sob a
esperança de que um dia serão valorizados, é o caso de destacar os mais velhos
de casa pela sua contribuição esplêndida, o que para muitos e principalmente os
da geração Y ou V é o mesmo que emitir o recado de que tão cedo nada acontecerá
de novo e os velhos paradigmas profissionais ainda sim prevalecerão, então se
quiser esperem...
Na condição de colaborador, se comprometido com suas responsabilidades
o que se espera ao menos é que se tenha como apoio aquele que se faz referência
como líder, contudo este deve ao menos transpassar aos seus liderados a
confiança necessária para em caso de dúvida de toda natureza poderem ao menos
contar com seu apoio e orientação, caso contrário além de não ter a referência
mencionada este pode atribuir a culpa ao colaborador que limitado opta por
tomar decisões no escuro e como não tem apoio e falta-lhe informação esta
fadado ao erro e a conseqüente punição, desta forma certamente o comportamento
não é nem de longe o de uma Liderança.
De fato eu necessito de um Líder? Será que ter um “Líder” que se
comporta com imposições sem abrir espaço para “discussões” é de fato algo
construtivo? Devo entender que Liderança não passa de discurso meramente?
Tenho perseguido orientações acerca deste tema e percebo como já
mencionado anteriormente certa banalização, a questão da liderança é usada em
todos os lugares como referência a soluções, muitas vezes mágicas eu diria, o
que na prática pode revelar muito mais que isso e deve ser bem observada a sua
aplicação, pois o efeito poderá ser contrário ao desejado.
Liderança: Por mais explorado que seja este tema ele ainda gera muita
confusão na cabeça das pessoas, o conhecimento e aprimoramento dos conceitos
sobre liderança na prática é a busca de
vários gestores para conquistas diversas nas organizações atuantes, mas nada
acontece efetivamente se não passar do mero discurso para a aplicação prática,
usar este conceito como propagação de campanhas de endomarketing cada vez mais
é visto com antipatia pelos colaboradores, estão tornando banal um tema que
considero de grande valor, porém sua aplicação leva em consideração detalhes importante
quanto à condição física, ambiental, de tratamento, respeito e comportamento
como sabemos foram apresentados por estudiosos autocráticos e comportamentistas
como Abraham Maslow, Frederick Herzberg e Douglas Macgregor entre outros
destacando o primeiro Abraham Maslow que desenvolveu a teoria motivacional
baseada em necessidades humanas o autor da conhecida pirâmide de Maslow.
Algumas organizações, mais maduras a respeito da importância deste
tema, atentam para as atividades desenvolvidas pelos seus colaboradores nas
horas vagas, o que demonstra preocupação quanto às atividades exploradas e que
pode agregar valor a ambos.
Sim ambos! Pois o colaborador satisfeito representa a organização que
se preocupa com seu bem estar e o trata de forma respeitosa e de fato
compreende na prática que sua participação é de grande importância para o
sucesso organizacional...